A ansiedade é muitas vezes mal compreendida. Frases como “é tudo da tua cabeça” ou “estás a exagerar” são comuns e podem fazer com que quem sofre de ansiedade se sinta desvalorizado e incompreendido. No entanto, a ansiedade não é uma questão de imaginação ou exagero. Não se trata de um simples estado emocional que pode ser facilmente controlado. Na verdade, a ansiedade tem manifestações reais no corpo e pode ser debilitante, afetando tanto a saúde física quanto a mental.
Neste artigo, vamos desmistificar a ideia de que a ansiedade é “apenas psicológica” e mostrar como os seus efeitos são tangíveis. Vamos explorar como a ansiedade afeta o corpo, a sua origem e, mais importante, o que pode fazer para lidar com ela de forma eficaz.
A ansiedade é uma resposta natural do corpo a situações de stress, medo ou incerteza. Em pequenas doses, a ansiedade pode até ser benéfica, ajudando-nos a lidar com desafios, como enfrentar um exame ou uma entrevista de emprego. Contudo, quando a ansiedade se torna constante, intensa e surge mesmo sem motivo aparente, pode transformar-se num problema sério.
A ansiedade pode ser descrita como um estado persistente de preocupação ou medo excessivo que interfere com o dia-a-dia. Quando atinge este nível, é comum que os seus efeitos deixem de ser apenas mentais e comecem a afetar fisicamente o corpo, algo que muitas vezes é negligenciado ou mal interpretado.
Embora a ansiedade tenha uma origem emocional, os seus efeitos manifestam-se de forma muito física. Muitas pessoas que sofrem de ansiedade experimentam sintomas que podem facilmente ser confundidos com problemas de saúde física, o que aumenta ainda mais a preocupação.
Aqui estão alguns dos efeitos mais comuns da ansiedade no corpo:
Durante momentos de ansiedade, o corpo liberta hormonas do stress, como a adrenalina, que fazem com que o coração bata mais depressa. Isto pode resultar em palpitações ou a sensação de que o coração está a bater fora de controlo. Este sintoma é frequentemente confundido com problemas cardíacos, mas é, na verdade, uma resposta natural do corpo ao medo ou ao stress.
A hiperventilação é outro sintoma comum da ansiedade. Quando estamos ansiosos, tendemos a respirar mais rápido e superficialmente, o que pode alterar os níveis de dióxido de carbono no sangue. Esta mudança pode causar tonturas, sensação de cabeça leve e até sensação de desmaio.
A dor no peito é um dos sintomas mais assustadores da ansiedade. Muitas pessoas acreditam que estão a ter um ataque cardíaco quando, na verdade, estão a experienciar uma resposta ao stress. A dor no peito associada à ansiedade deve-se à tensão muscular e à aceleração do batimento cardíaco, criando uma sensação de aperto e desconforto.
O sistema digestivo está diretamente ligado ao estado emocional. Em situações de ansiedade, é comum sentir dores de estômago, náuseas, ou até alterações no trânsito intestinal, como diarreia. A ansiedade prolongada pode também agravar condições como a síndrome do intestino irritável.
A insónia é um sintoma comum da ansiedade. Quando a mente está constantemente preocupada, pode ser difícil relaxar o suficiente para adormecer. Muitas pessoas com ansiedade relatam que têm dificuldade em “desligar” os pensamentos, resultando em noites mal dormidas, o que, por sua vez, piora os sintomas durante o dia.
É fundamental compreender que a ansiedade não é algo que possa simplesmente ser controlado com força de vontade. Dizer a alguém com ansiedade que “é tudo da tua cabeça” desvaloriza o que estão a sentir e ignora o impacto físico e real da ansiedade no corpo. Esta condição envolve uma complexa interação entre a mente e o corpo, e os sintomas são genuínos, não imaginários.
Muitas vezes, as pessoas que sofrem de ansiedade sentem-se incompreendidas porque, apesar de os sintomas serem reais, não conseguem encontrar uma explicação médica concreta para o que estão a sentir. Isto pode levar à frustração, isolamento e, em alguns casos, agravar ainda mais a ansiedade.
A boa notícia é que a ansiedade pode ser tratada. Existem várias abordagens eficazes que podem ajudar a aliviar os sintomas e a devolver a qualidade de vida. Vamos explorar algumas das opções mais eficazes:
A Psicoterapia HBM é uma abordagem terapêutica que se foca em identificar as emoções reprimidas e os padrões comportamentais que alimentam a ansiedade. Através desta terapia, é possível compreender as causas profundas da ansiedade e trabalhar com elas de forma eficaz. Ao invés de se focar apenas nos sintomas, a Psicoterapia HBM vai à raiz do problema, ajudando a desbloquear emoções que muitas vezes estão escondidas.
Esta abordagem é particularmente eficaz para quem sofre de ansiedade crónica ou de ataques de pânico, uma vez que ajuda a criar uma compreensão mais profunda dos fatores que desencadeiam a ansiedade e a desenvolver estratégias para lidar com os sintomas.
O exercício físico é uma excelente forma de combater a ansiedade. A atividade física regular liberta endorfinas, que são substâncias químicas naturais do corpo que promovem o bem-estar. Além disso, o exercício ajuda a regular o sistema nervoso e a aliviar a tensão acumulada.
Praticar mindfulness e meditação pode ajudar a reduzir os pensamentos ansiosos e a focar-se no presente. Estas práticas ensinam a observar os seus pensamentos sem os julgar, o que pode ser particularmente útil para quem tem uma tendência para ruminar ou preocupar-se excessivamente com o futuro.
Aprender a controlar a respiração é uma das maneiras mais eficazes de lidar com a ansiedade. Quando está ansioso, a respiração tende a ser superficial e rápida, o que agrava os sintomas. Praticar a respiração profunda e controlada pode ajudar a regular o sistema nervoso e a acalmar o corpo.
Se os sintomas de ansiedade estão a interferir com a sua vida diária e a limitar a sua capacidade de funcionar, é importante procurar ajuda. A ansiedade não precisa de ser enfrentada sozinho. Com o tratamento certo, é possível recuperar o controlo sobre a sua vida e aprender a gerir os sintomas de forma eficaz.
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