Medos parentais: "O meu bebé está doente. E agora?"
Quando somos pais, os nossos filhos passam a ser o nosso mundo, o nosso maior tesouro! Os nossos objetivos passam por assegurar o bem-estar deles, com o desejo de os proteger e vê-los crescer saudáveis e felizes.
Quando somos pais, mergulhamos num mar de transformações deliciosas, que nos iluminam a cada descoberta e aprendizagem, a cada pormenor e aos quais, tão apaixonadamente e tão naturalmente, estamos atentos.
Vivemos tão envolvidos nestas coisas boas que, quando os nossos filhos adoecem, é como se, de repente, a maré mudasse e em vez das ondas que pulamos de mãos dadas e sorrindo, damos por nós num mar revolto, onde as ondas são tão altas e carregadas de preocupações e dúvidas que só sentimos uma incapacidade enorme de querer fazer mais, e mais. Mas isso não depende de nós: a busca por um diagnóstico, que nem sempre chega; a espera demorada do surgimento de mais sintomas para confirmarem suspeitas ou a estabilização de outros sintomas; a híper-vigilância em que passamos automaticamente a viver; as noites mal dormidas; e, quando nos apercebemos, damos por nós exaustos, mas também, contraditoriamente, com uma energia inesgotável para fazer sorrir o nosso bebé, para brincarmos e fazermos as palhaçadas que nós pais tão bem sabemos fazer e de que eles tanto gostam! Só para que o sorriso deles nos apazigue a mente e os medos internos.
Quando os nossos filhos bebés ficam doentes pela primeira vez, deparamo-nos com uma série de experiências que não estavam nos nossos planos de felicidade plena de entusiasmo e descoberta. Aquela primeira vez em que têm que fazer análises, as análises que tantos adultos odeiam? Pois é, essas mesmo! E lá vamos nós, já a sofrer, só de pensar que eles vão sofrer. E os exames, aqueles exames que nunca tínhamos ouvido falar antes… Mas lá vamos nós, incansáveis, sempre em busca de algo que nos sossegue e que nos permita ajudá-los a ficar bem rapidamente. São dias que correm, na ânsia de tudo ficar bem.
Só sessegamos a mente e o corpo ao vê-los a melhorar, aprendemos assim a acalmar as nossas inseguranças e, à medida que o tempo vai passando, distanciamo-nos também das dúvidas que nos perseguiam. Porque vê-los bem é o melhor que podemos ter. Nestes desafios, percebemos que os papéis se invertem e são eles, os nossos filhos, que tanto nos ensinam, sobretudo a sermos tão mais fortes do que éramos.
Percebemos que os nossos tesouros nos ensinam a mergulhar no mar revolto e a vir ao de cima, encontrando a serenidade daquele mar de ondinhas boas, onde eles nos dão as mãos para saltarmos sorrindo.
Por vezes, esta aprendizagem é mais turbulenta e precisamos de pedir ajuda. Perdemo-nos nas dores e nas inseguranças e não cuidamos de nós, da nossa família, nem dos nossos bebés como gostaríamos e desejaríamos.
Este texto é para ti, que precisas de parar e te compensar para seres quem queres ser para ti mesma e para aqueles que mais amas.