Era uma vez A Gaja e a Ansiedade | Testemunho

Um ano depois, eis a mulher que me ajudou a voltar a viver. Ao longo de um ano, a Catarina conduziu-me ao longo de uma estrada que me permitiu voltar a respirar. Voltar a sentir. Voltar a mim. Na nossa última sessão, a Catarina perguntou-me como é que eu me sentia. Que balanço fazia deste ano.

“Sinto que aos 35 anos estou a começar a viver”.

Há um ano, sentia-me enclausurada. Com medo de tudo. Completamente derrotada, amedrontada. As crises de Ansiedade eram a rotina. Estar bem era a exceção. Explorar as razões, os medos, falar sobre as frustrações, os erros, as minhas raivas, foi duro. Foi difícil. Mas eu quis mudar. Eu mudei. A ansiedade não se foi embora. Ainda a sinto, de vez em quando, à espreita. Logo a seguir à minha última sessão na Clínica da Mente fui à Sport TV. Tinha tudo preparado, sabia o que ia dizer. Quando ia a caminho do Parque das Nações, comecei a tremer, a suar, as tenebrosas dores de barriga. O coração aos saltos. Dei, sem exagero, 5 voltas à rotunda e outras tantas aos quarteirões. Há um ano, eu teria desistido. Ter-me-ia deixado dominar pelo medo. Agora, não. Entrei e saí do carro umas três vezes. Respirei fundo umas 500. E fui. Com medo. Mas fui. Eu sei que isto vai fazer parte de mim para sempre. Mas não me define. Eu sou eu, eu não sou os meus medos.

Obrigada, Catarina. Obrigada, Pedro. E um agradecimento muito especial, do fundo do meu coração, à Rita. Foste o meu anjo da guarda.

Raquel