Depressão e Ansiedade
em Portugal
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Portugal está no topo da lista. Porquê?
No Dia Mundial da Saúde Mental torna-se imperativo falar do paradigma da Saúde Mental. Portugal é, segundo o relatório da Direção-Geral de Saúde, “Portugal – Saúde Mental em Números 2015”, o país europeu com maior consumo de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos, e um em cada cinco portugueses sofre de perturbações psiquiátricas. O Relatório do Programa Nacional para a Saúde Mental de 2017 não deixa dúvidas quanto ao aumento na prescrição farmacológica para a perturbação mental – 30 milhões de embalagens de psicofármacos em 2016 – e coloca mesmo em causa a racionalidade desta prescrição.
Porque se tem tornado a Saúde Mental num dos maiores problemas de saúde em Portugal?
Há vários aspetos que devem ser considerados nesta análise.
O primeiro fator, e o mais preocupante, é que poderá haver uma maior facilidade em se diagnosticar “doenças” mentais, e uma prontidão maior em se receitarem ansiolíticos, sedativos ou hipnóticos por parte da medicina portuguesa. É verdade que as pessoas que vão ao médico com as suas queixas esperam trazer de lá uma receita com a cura para o seu problema. Mas o problema da saúde mental é diferente do problema da saúde física. Os estados de desequilíbrio emocional não têm origem em qualquer desequilíbrio químico cerebral, mas antes na forma como as experiências que vivemos nos condicionam no nosso bem-estar.
Compreendo que, na ausência de melhor tratamento, a medicação vá tentar atenuar os sintomas que perturbam a nossa qualidade de vida. O problema é que o sucesso da medicação psiquiátrica no tratamento das perturbações mentais é semelhante ao sucesso dos placebos, conforme inúmeros estudos demonstram. Os psicofármacos contam ainda com um sem-número de efeitos secundários que, no caso das benzodiazepinas, passam mesmo por dependência, e há cada vez mais estudos científicos que relacionam a toma regular destes fármacos com défices cognitivos e síndromes demenciais. A prescrição destes medicamentos é de tal modo abusiva que se transformou num enorme risco para a saúde pública, tal como reconhecido pela própria direção do Programa Nacional para a Saúde Mental e pelo INFARMED.
O segundo fator que pode potenciar estados mais depressivos ou ansiosos é a cultura portuguesa que explora o “fado” como uma atitude suportável. O destino, a saudade, o sacrifício, são vistos por nós como uma inevitabilidade, e estas atitudes podem prejudicar as reações que nos ajudem a ultrapassar experiências mais dolorosas. Quando não reagimos às experiências dolorosas, estas ficam no nosso sistema emocional a criar desequilíbrios, medos e angústias, que nos vão acompanhar até que as consigamos expulsar da nossa mente. Além disso, a saúde mental é ainda alvo de uma profunda falta de informação e conhecimento, o que inevitavelmente conduz a preconceitos e pressupostos errados que desmotivam o paciente na busca por uma solução eficaz.
Então qual é o melhor tratamento?
É um tratamento que siga um método que compreenda a natureza do problema mental, permitindo ao terapeuta perseguir as causas das dificuldades de cada um de forma a que cada pessoa se possa libertar dos seus medos e angústias. O Modelo Psicoterapêutico HBM, praticado na Clínica da Mente, funciona como um GPS, guiando o terapeuta à origem emocional do problema que provoca a perturbação e permitindo que o paciente a vença e ultrapasse esta dificuldade que condiciona todo o seu estado mental.
Qual é o próximo passo?
É o reconhecimento de novas abordagens não farmacológicas pelo Sistema Nacional de Saúde, verificando-se a eficácia e a eficiência dos tratamentos, potenciando uma saúde mental saudável, com benefícios para o país, aumentando a produtividade da população, bem como reduzindo os custos insuportáveis com medicação e cuidados psiquiátricos.