Quem nunca se sentiu pais dos seus pais, ponham o dedo no ar… Pois bem… Mais do que nunca, estes dias de isolamento social têm sido, de forma geral, particularmente difíceis para conseguir consciencializar os nossos maiores de 65 anos.
Quem nunca se sentiu pais dos seus pais, ponham o dedo no ar… Pois bem… Mais do que nunca, estes dias de isolamento social têm sido, de forma geral, particularmente difíceis para conseguir consciencializar os nossos maiores de 65 anos.
Todos nós temos medo, é natural ter. A verdade é que ninguém sabe como vão ser os próximos meses. Sem dúvida, a vida vai ser ainda mais difícil. Não nos iludamos, vai ser mau. Contudo, sofrer por antecipação não nos leva a lado nenhum.
O ficar em casa e o teletrabalho começam a ser para mim o Novo Normal. No entanto, é importante ter consciência de que, daqui por uma ou duas semanas, iremos novamente mudar o nosso ritmo de vida. Neste sentido, vamos continuar a aproveitar e desfrutar de cada momento…
Vamos então descomplicar minha gente! A revolução do 25 de abril de 1974 trouxe, para a maior parte dos portugueses, um sentimento comum, a Esperança. Esperança num futuro melhor, com melhores condições de vida e com mais liberdade. Nunca esta Esperança fez tanto sentido como hoje! Não acham?
É tempo de olhar para a frente, guardar as boas memórias dentro do coração, adaptarmo-nos a esta nova realidade e acreditar que iremos viver e registar outros bons momentos. A confiança no futuro deve ser maior do que a vontade de regressar ao passado.
Fazendo uma retrospetiva destas semanas, admito que sinto um orgulho imenso enquanto cidadã e ser humano. Dia após dia, são noticiadas situações que nos aquecem a alma. É tão bom perceber que o caos fortalece o nosso espírito de união e de entreajuda.
Talvez tenhamos perdido para sempre a normalidade que conhecíamos. Esta pandemia está a deixar marcas profundas em todos nós, tanto nos nossos comportamentos como também na nossa forma de ser e de sentir. Socialmente falando, não sabemos o que irá acontecer daqui por dois ou três meses e isto assusta-nos.
Poderia estar a desenvolver toda uma explicação teórica à volta das melhores estratégias para lidar com tudo isso. A verdade é que este é o meu desabafo e só vos quero dizer: “vamos confiar no tempo”. Vamos continuar a ser responsáveis uns pelos outros, travar a propagação deste vírus.
Este é o momento para nos testarmos emocionalmente. Percebermos até que ponto é que conseguimos estar bem connosco, com as nossas emoções. Estes dias podem ser aproveitados para iniciar um processo de autorreflexão, perceber quem nós somos, quem gostaríamos de ser e o qual o significado que queremos dar à nossa vida.
Este vírus não é algo que acontece só aos outros, e nem tão pouco aos mais idosos. O que me custa mais é ver pessoas que teimam em não respeitar as recomendações. Esta minha partilha não pretende ser uma reflexão, mas simplesmente o desabafo de quem está longe dos seus e que sente o coração a apertar de saudade.