"As obsessões são coisas do passado." | Testemunho

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O Edi sofria de Perturbação Obsessiva Compulsiva

A POC (Perturbação Obsessivo-Compulsiva) foi algo que eu conheci na adolescência através de um programa de televisão. Nele, havia um jovem adulto, na casa dos 20 anos, que vivia com este problema. Na altura, eu não imaginava que, numa idade semelhante, também viveria com uma POC. 

Foi aos 21 anos que a POC se manifestou. Pode-se dizer que estava no ano mais feliz da minha vida: estava a meses de concluir a minha licenciatura e tinha uma vida amorosa, familiar e social estável e de qualidade. Os sintomas começaram com pensamentos obsessivos relacionados com o medo de apanhar doenças, seguidos de comportamentos compulsivos de lavagem de mãos. Na primeira vez, duraram algumas horas, mas eram pensamentos muito intensivos e invasivos. Com o tempo, os intervalos de paz interior passaram a ser cada vez menores e os períodos de ansiedade eram gradualmente mais duradouros, até que passaram a ser constantes e permanentes.

Conhecedor do que era a POC e dos seus sintomas, consegui perceber, em poucos meses, que agora ela era mestra e senhora da minha mente. Usar casas de banho, fossem privadas ou públicas, apertar a mão a alguém, tocar no telemóvel de outra pessoa, deixar que alguém mexesse no meu computador, acender um interruptor, abrir uma porta, apanhar uma moeda do chão, usar uma caixa de multibanco passaram a gerar pensamentos invasivos. A resposta da minha mente era óbvia: desinfetar os objetos tocados, lavar as mãos sucessivamente, a ponto de ficarem bem vermelhas e com feridas. Depois disso, a mente deixava-me em paz, até que algo muito básico a perturbasse outra vez.

Cedo assumi que precisava de ajuda psicológica. A minha família apoiou. Tive um ano de tratamento e não via melhorias, até que a minha mãe viu uma reportagem do Dr. Pedro que, em nome da Clínica da Mente, falava da POC. Decidimos tentar. Foi o mesmo Dr. Pedro que me atendeu na consulta de diagnóstico. Contudo, quem me acompanhou numa jornada de um ano foi a Drª. Joana Correia.

A Drª. Joana é uma terapeuta jovem, bem disposta e com uma postura determinada contagiante. Falhar não estava nos seus planos. Eu não era um caso perdido (como eu começava a achar). Essa é a política da Clínica da Mente, mas, mais do que isso, era algo que parecia bem incutido na personalidade da Drª. Joana. Foi a grande responsável por me fazer perceber de um grande potencial e de uma grande força mental que estava em mim. 

No primeiro mês, para espanto da Drª. Joana, já havia progressos. Nos meses seguintes, as melhorias multiplicaram-se a um ritmo alucinante. A minha mente tinha cada vez mais tempo de paz por dia. Chegando ao final, estava na hora de definir os padrões de higiene pessoal que, para mim, fossem adequados e que não fossem exagerados ou compulsivos. Assim foi. Segundo a Drª. Joana, fui um caso excecional de sucesso. Tinha muita vontade de vencer. Nunca deixei de estudar ou de ter vida social, por muitas obsessões que eu tivesse de enfrentar, mesmo na fase mais agravada da POC. Nunca desmarquei nada por causa da perturbação. Tinha lido sobre casos de pessoas que perderam empregos e amigos. Eu não queria ser um deles. 

Hoje, venci a POC. Agora trabalho e o meu emprego exige um contacto diário com muita gente. As obsessões são coisas do passado. Os rituais são praticamente nulos. A medicação foi abandonada ainda durante a terapia. Ninguém percebe que eu fui dominado pela POC. A minha vida pessoal, profissional e social é igual à de qualquer pessoa. Deixo público o meu testemunho, porque a POC, tal como qualquer problema mental, é muito democrática: não escolhe idades, classes sociais, género, orientação sexual, crenças ou ideologias. 

Agora, venci a POC. Devo muito à família e aos amigos, que tiveram imensa paciência e abertura para me ajudar. A minha jornada foi tão bem sucedida também graças à Clínica da Mente e à terapeuta que me acompanhou.

                                                                                                                                                                   Edi

 

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Identifica-se com alguns destes sintomas?