Após vários anos com Ataques de Pânico, Mário recuperou a alegria de viver | Testemunho

homem sentado e isolado

O Mário sofria de Hipocondria

Sempre fui uma pessoa preocupada com a morte. Hoje tenho 56 anos mas o tema da morte, minha e das pessoas mais próximas, sempre me preocuparam. Sofri muito com a morte dos avós, na minha juventude, e com doenças graves que a minha família foi tendo. Mas foi só há 3 anos que perdi o controlo dos meus medos e receios.


Tudo começou quando, de repente, o meu coração começou a bater muito forte, sem razões aparentes. Comecei a suar, a sentir o braço dormente e entrei em pânico. Neste momento, sabia que estava a ter um enfarte ou um AVC. Fui logo para o hospital, fiz todos os exames e aparentemente não descobriram nada. 


Agora sei que foi um Ataque de Pânico mas durante todo o tempo em que sofri, todos os dias media a tensão arterial e chorava todas as noites, porque dentro da minha mente havia uma certeza: eu tenho um problema no coração que ninguém está a dar valor e eu vou morrer a qualquer instante. 


Sempre que sentia um batimento cardíaco mais acelerado, entrava em pânico. Recorri mais de 20 vezes às urgências e não fui mais vezes por vergonha, mas o sofrimento era real. Sentia que ninguém entendia o meu sofrimento.  Deixei de fazer exercícios físicos e uma simples caminhada poderia fazer-me entrar em pânico. Engordei mais de 10 quilos em 2 anos, por ausência de exercício.


Alguns cardiologistas a que recorri diziam-me que estava a sofrer de hipocondria, e que era a mania das doenças. Estas palavras no início, em vez de me descansarem ainda me revoltavam mais, por sentir que ninguém me entendia. No entanto a pesquisar na Net pela palavra hipocondria, conheci muita gente que tinha os mesmos sintomas e medos. 


Percebi que tinha que procurar a psiquiatria, porque de facto ia tomando consciência que estava alguma coisa errada com a minha mente. Na psiquiatria receitavam-me medicamentos que me paravam o pensamento mas não resolvia o problema. Acho que fiquei pior até, como se isso fosse possível. 


Procurei a psicologia e só com a psicoterapia na Clínica da Mente consegui perceber que era o medo extremo que me estava a cria esta “mania”. Fiz o tratamento psicológico e há um ano que recuperei a minha alegria de viver, o bem estar. 


Hoje, um ano após tratamento, olho para trás e percebo que caí numa teia emocional que me ia retirando a vida e a minha felicidade. 

Mário (nome fictício)