A alimentação pode influenciar
a Saúde Mental?
É comum a procura pela melhoria dos hábitos alimentares estar associada à manutenção de uma imagem corporal que se alinhe com aquilo que são os padrões estéticos impostos pela sociedade. Perder peso, baixar níveis de gordura, perder volume, ganhar massa muscular, etc., são objetivos estabelecidos na sua maioria por necessidade de dar resposta a esses padrões.
Tão ou mais importante, é observamos a procura de qualidade na alimentação como forma de regular a saúde daqueles que são os principais centros de controlo da maioria das funções do corpo e mente: o cérebro e o intestino.
Cérebro e intestino comunicam entre si de modo bidirecional, ou seja, o cérebro influencia o funcionamento do intestino e o intestino interfere no funcionamento do cérebro.
Assim, numa época em que o mundo se vê afetado pela doença mental, faz sentido percebermos até que ponto os hábitos alimentares são responsáveis pelas alterações de humor, apetite, sono, autoestima, pensamentos e comportamentos.
Sabe-se que 95% da serotonina, mais conhecida como a ‘hormona da felicidade’ é produzida no intestino através do triptofano, um nutriente que chega ao corpo através da alimentação. Deste modo, a ingestão de alimentos ricos em triptofano, como é o exemplo da banana, nozes, amêndoas, ovos, entre outros, contribuem para a sensação de bem-estar, regulação do sono e, por inerência, uma boa saúde mental.
Por outro lado, alterações na flora intestinal, provocadas pela má absorção de nutrientes e/ou por uma alimentação desequilibrada com altos consumos de açúcar, gordura e baixa em frutas e legumes, podem provocar diminuição dos níveis de serotonina, desregulação na comunicação intestino-cérebro, originando, assim, alterações de humor possíveis de contribuir para o aumento do risco de desenvolvimento de perturbações mentais como a Ansiedade e Depressão.
Pode então afirmar-se que as escolhas alimentares podem influenciar o nosso humor, assim como nosso humor pode interferir na escolha dos alimentos que vamos ingerir. O despertar da consciência sobre estes aspetos é fundamental para a adoção de hábitos que permitam viver em equilíbrio e mais feliz.