Se já viveu um ataque de pânico, sabe como é aterrador. Tudo começa de repente: o coração acelera, a respiração torna-se difícil, o corpo treme e uma sensação avassaladora de que algo terrível está para acontecer toma conta de si. Durante um ataque de pânico, o corpo parece estar fora de controlo e, muitas vezes, quem o experimenta sente que está a ter um ataque cardíaco ou até a morrer.
Embora os sintomas sejam intensos e assustadores, é importante saber que um ataque de pânico, apesar de desconfortável, não é perigoso. Neste artigo, vamos explicar o que realmente está a acontecer no seu corpo durante um ataque de pânico, para que possa entender o processo e começar a quebrar o ciclo de medo que alimenta esses episódios.
Um ataque de pânico é um episódio súbito de medo intenso ou desconforto extremo que provoca uma série de sintomas físicos e emocionais. Estes ataques são uma resposta exagerada do corpo a uma ameaça inexistente ou mal interpretada, ativando a resposta de luta ou fuga. Esta reação, que está enraizada nos nossos instintos de sobrevivência, prepara o corpo para enfrentar um perigo real, mesmo que esse perigo não esteja presente.
Os sintomas mais comuns de um ataque de pânico incluem:
Estes sintomas geralmente atingem o seu pico em poucos minutos e podem durar entre 10 a 30 minutos. Embora o ataque seja temporário, o impacto emocional pode ser duradouro, deixando um medo constante de que outro ataque possa ocorrer.
Para entender um ataque de pânico, é importante perceber como o seu corpo reage ao medo. Durante um ataque, o corpo ativa a resposta de luta ou fuga, uma reação automática que é desencadeada quando o cérebro interpreta uma situação como perigosa. Esta resposta é projetada para o proteger de ameaças, preparando o corpo para lutar ou fugir rapidamente.
Mesmo que não haja uma ameaça real durante um ataque de pânico, o corpo age como se estivesse em perigo iminente. Aqui está o que acontece no seu corpo durante esse processo:
Quando o cérebro deteta uma ameaça (mesmo que seja apenas uma perceção errada), a primeira coisa que faz é enviar sinais para as glândulas suprarrenais libertarem adrenalina, a hormona do stress. A adrenalina prepara o corpo para uma reação rápida, aumentando a energia e o foco, o que é útil em situações reais de perigo, mas contraproducente durante um ataque de pânico.
À medida que a adrenalina circula pelo corpo, o coração começa a bater mais depressa. O objetivo desta reação é bombear mais sangue para os músculos e órgãos vitais, preparando o corpo para uma ação rápida. É por isso que durante um ataque de pânico sente palpitações ou uma aceleração do coração, o que pode ser confundido com um ataque cardíaco.
Para garantir que o corpo recebe mais oxigénio para lidar com a “ameaça”, a sua respiração torna-se mais rápida e superficial. Este fenómeno, conhecido como hiperventilação, faz com que respire mais do que o necessário, o que reduz os níveis de dióxido de carbono no sangue. Como resultado, pode sentir tonturas, formigueiros nas mãos e nos pés e uma sensação de desmaio iminente.
Os músculos do seu corpo ficam tensos durante um ataque de pânico, preparando-se para uma ação imediata. A tensão muscular é uma reação normal à adrenalina, mas pode criar uma sensação de rigidez e dor, especialmente no peito e nos ombros. Isso pode levar à falsa impressão de que algo está errado com o coração.
Durante um ataque de pânico, é comum sentir-se desconectado da realidade ou como se estivesse a observar o seu corpo de fora. Esta sensação, conhecida como despersonalização ou desrealização, é o resultado de uma sobrecarga do sistema nervoso, que tenta lidar com o excesso de adrenalina e de estímulos ao mesmo tempo.
Uma das razões pelas quais os ataques de pânico são tão persistentes é a experiência traumática do primeiro ataque de pânico. Durante esse primeiro episódio, o medo foi tão intenso que criou uma associação entre os sintomas físicos e a ideia de que algo terrível, como a morte, estava iminente. Esta experiência traumatizante gera um ciclo vicioso: o medo de um novo ataque alimenta o próximo episódio, tornando-se mais difícil quebrar o padrão sem ajuda adequada.
Apesar dos sintomas físicos intensos, os ataques de pânico não são perigosos para a sua saúde física. O corpo está a reagir a uma ameaça que não existe, e, embora os sintomas sejam desconfortáveis, não causam danos permanentes. O coração acelera, mas não está em risco de falhar; a respiração torna-se superficial, mas não vai sufocar. O corpo está a passar por uma reação de stress temporária, e com o tempo, os sintomas diminuem.
Compreender que os ataques de pânico não são prejudiciais ao corpo pode ajudar a reduzir o medo de que algo grave esteja a acontecer. Esta compreensão é o primeiro passo para recuperar o controlo sobre a sua resposta ao pânico.
Agora que sabe o que está a acontecer no seu corpo durante um ataque de pânico, o próximo passo é aprender a quebrar o ciclo de pânico. Aqui estão algumas estratégias iniciais que podem ajudar a reduzir a intensidade dos sintomas e a retomar o controlo:
A respiração profunda e lenta é uma das técnicas mais eficazes para acalmar o corpo durante um ataque de pânico. Quando começa a respirar de forma controlada, está a enviar sinais ao cérebro de que o corpo não está em perigo, ajudando a diminuir a produção de adrenalina. Inspire lentamente pelo nariz, conte até 4, retenha a respiração por 2 segundos, e expire pela boca contando até 6.
Lembre-se de que, embora os sintomas sejam intensos, o ataque de pânico é temporário. Saber que o corpo vai voltar ao normal em breve pode ajudar a reduzir a ansiedade que agrava os sintomas.
A Psicoterapia HBM é uma abordagem terapêutica eficaz para tratar ataques de pânico. Esta terapia ajuda a identificar e trabalhar as emoções reprimidas e os padrões de comportamento que estão na raiz dos ataques, permitindo que compreenda as causas subjacentes e desenvolva estratégias para evitar novos episódios.
Conclusão
Embora os ataques de pânico possam ser assustadores, compreender o que realmente acontece no seu corpo durante um episódio pode ser o primeiro passo para recuperar o controlo. Lembre-se de que, por mais desconfortável que seja a experiência, o seu corpo está apenas a reagir a uma ameaça que não é real. Com as ferramentas certas e o apoio adequado, é possível quebrar o ciclo de pânico e começar a viver com mais tranquilidade.
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