Preocupado Com o Que os Outros Vão Pensar?

Como Superar o Medo do Estigma

Lidar com a depressão é um desafio por si só, mas, para muitas pessoas, a maior barreira não é apenas enfrentar a doença, mas sim o medo do estigma associado a ela. A preocupação com o que os outros vão pensar pode fazer com que se sinta isolado, com receio de partilhar o que está a sentir ou de procurar a ajuda que tanto necessita. Esta pressão para esconder os seus problemas e “ser forte” não só agrava a sua condição, como também impede o processo de recuperação.

O estigma em torno da saúde mental é uma realidade para muitos, e isso pode levar a sentimentos de vergonha, insegurança e até de culpa por precisar de apoio. No entanto, é importante saber que a depressão é uma condição de saúde como qualquer outra e que procurar ajuda é um sinal de coragem e autocuidado, não de fraqueza.

Se está preocupado com o que os outros vão pensar, aqui estão algumas estratégias para superar o medo do estigma e concentrar-se no que realmente importa — o seu bem-estar.

vergonha

O Que é o Estigma e Por Que Ele Persiste?

O estigma em torno da saúde mental é, em grande parte, fruto da falta de compreensão e de uma visão desatualizada sobre o que significa estar deprimido. Durante muitos anos, questões emocionais e mentais foram vistas como fraquezas pessoais, algo que se deveria “superar” com força de vontade. Este tipo de mentalidade ainda está presente em algumas culturas e gerações, criando uma pressão para esconder as dificuldades emocionais.

Alguns exemplos de estigmas comuns incluem:

  • A ideia de que a depressão é “falta de força”: Muitas pessoas acreditam erroneamente que, se fosse mais resiliente ou mais forte, conseguiria superar a depressão por conta própria.
  • Medo de ser julgado como fraco ou incapaz: O receio de que os outros pensem que não é capaz de lidar com a vida ou que o vejam como alguém “problemático”.
  • Vergonha de admitir que precisa de ajuda: Muitas pessoas sentem vergonha de pedir ajuda, acreditando que isso as torna “menos” ou que devem enfrentar os problemas sozinhas.

Estes estigmas podem ser muito prejudiciais, tanto a nível emocional como social, pois fazem com que as pessoas escondam a sua condição e evitem procurar o apoio de que precisam.

Por Que o Estigma é Prejudicial?

O estigma em torno da saúde mental cria um ciclo de isolamento e silêncio que agrava a depressão. Quanto mais receio tem de partilhar o que sente, mais se afasta de quem o pode ajudar. Isto pode aumentar o sentimento de solidão e reforçar a sensação de que está a falhar. Aqui estão alguns dos principais impactos negativos do estigma:

  • Atraso na procura de tratamento: Muitas pessoas demoram a procurar ajuda ou evitam-na completamente por medo do que os outros vão pensar. Este atraso pode levar a um agravamento da depressão e tornar a recuperação mais difícil.
  • Isolamento: O receio de ser julgado pode levá-lo a isolar-se socialmente, evitando falar com amigos, familiares ou colegas sobre o que está a passar. Este isolamento emocional pode piorar a sensação de solidão e aumentar os sentimentos de desesperança.
  • Vergonha e autocrítica: O estigma alimenta a vergonha e a autocrítica, fazendo-o acreditar que há algo de errado consigo por precisar de ajuda. Isto pode diminuir a sua autoestima e fazer com que se sinta ainda mais preso na depressão.

Como Superar o Medo do Estigma

Superar o medo do estigma é um processo que exige coragem e autocompaixão. Aqui estão algumas estratégias que podem ajudá-lo a enfrentar este medo e a concentrar-se no seu bem-estar:

  1. Reconheça Que a Depressão É Uma Condição de Saúde

O primeiro passo para superar o estigma é reconhecer que a depressão é uma condição de saúde, tal como qualquer outra doença física. Ninguém hesitaria em procurar ajuda para uma doença crónica ou uma dor persistente, e a depressão não é diferente. Não se trata de fraqueza ou falta de caráter, mas sim de uma condição que precisa de tratamento.

Entender isso pode ajudá-lo a mudar a forma como vê a sua situação e encarar a procura de ajuda como um ato de responsabilidade e autocuidado.

  1. Foque-se no Que É Melhor Para Si

É importante lembrar-se de que, no final das contas, o que realmente importa é o seu bem-estar, não o que os outros possam pensar. Muitas vezes, o medo de ser julgado impede-nos de cuidar de nós mesmos. No entanto, o seu processo de recuperação é algo pessoal e, ao focar-se nas suas necessidades, estará a dar o primeiro passo para se sentir melhor.

Coloque o foco naquilo que o ajudará a recuperar e não nas possíveis opiniões alheias.

  1. Escolha Com Quem Partilhar

Nem todas as pessoas ao seu redor vão entender o que está a passar, e está tudo bem. Pode ser útil escolher cuidadosamente com quem partilha os seus sentimentos. Fale com pessoas de confiança — amigos, familiares ou colegas que já demonstraram empatia e compreensão.

Ao abrir-se para as pessoas certas, perceberá que há quem o apoie e que o compreenda. Estas conexões podem ser fundamentais no seu processo de recuperação.

  1. Desafie os Pensamentos Negativos

O estigma leva frequentemente a pensamentos negativos automáticos, como “Se eu procurar ajuda, vão pensar que sou fraco” ou “Devo conseguir lidar com isto sozinho”. Desafie estes pensamentos e pergunte-se se eles são baseados em factos ou apenas em medo. A verdade é que muitas pessoas, ao partilharem o que estão a sentir, descobrem que são apoiadas em vez de julgadas.

  1. Procure Apoio Profissional

Falar com um terapeuta pode ser extremamente útil para enfrentar o medo do estigma. A Psicoterapia HBM, por exemplo, não só ajuda a tratar as causas da depressão, como também trabalha os sentimentos de vergonha e medo do julgamento. Com o apoio de um profissional, pode aprender a lidar com esses sentimentos e a construir uma confiança maior na sua recuperação.

Durante o Programa Terapêutico de 8 Semanas da Clínica da Mente, a Psicoterapia HBM oferece um espaço seguro para explorar esses medos e encontrar ferramentas para superar o estigma, permitindo que se concentre no seu bem-estar emocional.

Mudar a Perspetiva Sobre o Estigma

O estigma em torno da saúde mental está a diminuir, mas ainda existe. No entanto, isso não deve ser uma barreira para procurar ajuda. A sua saúde mental é tão importante quanto a sua saúde física, e cuidar dela é um sinal de força, não de fraqueza. Quanto mais cedo superar o medo do estigma, mais cedo poderá começar a sua recuperação.

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